A Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados (FBAC) segue ampliando fronteiras e consolidando o Método APAC como referência mundial em humanização do sistema prisional. Entre os dias 03 e 07 de novembro, a instituição marcou presença no AGAPE International Academic Conference on Corrections, realizado em Seul, na Coreia do Sul, reafirmando a dimensão global de sua proposta, cujos resultados comprovados têm inspirado iniciativas em diversos continentes.

Representando a FBAC, o Diretor do Centro Internacional de Estudos do Método APAC (CIEMA), Valdeci Ferreira, e o Gerente de Relações Internacionais, Denio Marx, integraram o painel de abertura do evento, onde apresentaram a trajetória do Método APAC, seus pilares e o processo contínuo de expansão das unidades no Brasil e no exterior.

A conferência reuniu especialistas, lideranças governamentais e organizações do terceiro setor de diversos países, incluindo Estados Unidos, Canadá, Suíça, Filipinas, Singapura, Camboja, Austrália e Etiópia. O encontro contou ainda com a presença institucional do CEO da Prison Fellowship International (PFI), Andrew Corley, representando a atuação global da organização.

Um dos momentos de maior impacto foi a apresentação do criminólogo norte-americano Robert McCrie, que divulgou os resultados oficiais da pesquisa sobre a experiência da Prisão de Somang, unidade correcional coreana diretamente inspirada no Método APAC. O evento também celebrou os 10 anos da instituição, marcada por resultados expressivos, especialmente em relação aos baixíssimos índices de reincidência — reflexo da aplicação de práticas de humanização, partilha comunitária e responsabilidade individual.

Somang: “esperança” que nasceu da inspiração da APAC

A Prisão de Somang — cujo nome, em coreano, significa esperança — é hoje o principal símbolo internacional da influência do modelo APAC. Inaugurada em 2015, a unidade foi construída a partir da experiência vivenciada na APAC de Itaúna (MG), visitada por um grupo de coreanos que buscavam uma alternativa ao modelo prisional tradicional. Desde então, outras delegações retornaram ao Brasil em 2017 e 2018, aprofundando os aprendizados metodológicos.

Somang acolhe atualmente cerca de 400 privados de liberdade e traz, explicitamente em seu espaço central, a inscrição “Somos Todos Recuperandos”, evidenciando a essência da abordagem que enxerga o ser humano para além de sua condição penal. Segundo os organizadores do evento, a APAC foi o grande destaque da conferência, reconhecida como a principal inspiração para a proposta sul-coreana.

Um modelo vivo, aplicado e reconhecido

Durante a conferência, a delegação da FBAC também participou de uma visita técnica guiada pelo diretor da instituição, Mr. Andreas Lee, e sua equipe de segurança civil. O percurso incluiu ambulatório, salas de aula, oficinas profissionalizantes e de artes, estúdios de música, espaços de laborterapia, hortas, jardins e quadras esportivas — ambientes que evidenciam a inclusão prática de elementos estruturantes do Método APAC, adaptados à realidade coreana com grande êxito.

A Prisão de Somang é administrada pela Fundação Agape, organização cristã sem fins lucrativos, reconhecida por gerir a primeira e única unidade prisional privada não lucrativa da Coreia do Sul, localizada na província de Gyeonggi. A atuação da fundação é baseada nos mesmos pilares defendidos pela FBAC: participação comunitária, trabalho voluntário, assistência integral à saúde, justiça restaurativa, educação, trabalho e espiritualidade como instrumentos de transformação.

Um sistema penal humanizado que inspira o mundo com seus resultados

A participação da FBAC no evento reafirma que o alcance do Método APAC é global e impulsionado não apenas por valores humanitários, mas por resultados mensuráveis: redução expressiva da reincidência, reintegração social efetiva, valorização do ser humano e impacto direto na segurança pública e nos custos do sistema prisional.

Hoje, o Método APAC inspira governos, organizações e iniciativas civis que almejam um sistema mais humano, eficiente e transformador. O reconhecimento internacional demonstra que a metodologia brasileira já ultrapassou fronteiras geográficas e se tornou um marco de referência global em execução penal humanizada.

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