A FBAC (Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados) marcou sua presença no IX Seminário Internacional de Pesquisa em Prisão, sediado na Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba/PR. A organização foi representada por seus colaboradores Carlos Henrique de Souza da Silva, Inspetor de Metodologia, Gabriela Gomes Meyer, Analista de Relações Internacionais, e Luan Santos Guimarães, Gerente de Captação de Recursos, que participaram ativamente do importante evento.
O evento reuniu pesquisadores, profissionais, estudantes e demais atores envolvidos no debate sobre o sistema prisional, constituindo um espaço interdisciplinar dedicado à reflexão sobre políticas penais, direitos humanos e processos de encarceramento no Brasil e no cenário internacional.
A cerimônia oficial de abertura ocorreu no Teatro da Reitoria da UFPR, com conferência do professor Marcelo Sérgio Bergman, da Universidad Nacional de Tres de Febrero, sob coordenação de Victor Neiva e Oliveira.
No dia 3 de dezembro, a programação da manhã contou com três mesas-redondas temáticas dedicadas a questões centrais da política criminal contemporânea: dez anos das audiências de custódia; impactos das tecnologias prisionais e das ciências forenses, e desdobramentos da expansão do Primeiro Comando da Capital.
As discussões reuniram especialistas de diversas instituições acadêmicas e operadores do sistema de justiça, oferecendo aproximação com pesquisas recentes e análises que ajudam a compreender a complexidade das políticas de segurança pública no país.
No período da tarde, os representantes da FBAC integraram o Grupo de Trabalho 06, Sessão 01, dedicado ao tema “Assistência Religiosa no Sistema Prisional Brasileiro – Entre a Fé e o Cárcere: Dinâmicas Religiosas no Sistema Prisional Brasileiro”.

Nessa ocasião, apresentaram o artigo “Do Ópio à Autonomia do Espírito: Espiritualidade como Elemento Fundamental no Método APAC”, que discute o papel da espiritualidade como eixo estruturante na responsabilização e no processo de reconstrução pessoal de indivíduos privados de liberdade no contexto das APACs. A apresentação também ressaltou que o Método APAC se fundamenta na liberdade religiosa e na laicidade, assegurando que cada pessoa privada de liberdade possa vivenciar suas convicções espirituais de forma autônoma, sem qualquer forma de imposição ou privilégio a determinadas tradições de fé, preservando assim o respeito à diversidade e aos direitos fundamentais.
No dia 4 de dezembro, a programação avançou com três mesas-redondas dedicadas a temas centrais para a compreensão das dinâmicas contemporâneas do sistema prisional: gênero, sexualidades e direitos nas prisões; violência de Estado, racialidade e massacre nas prisões; e Plano Pena Justa, com foco nos desafios estruturais da prisão no Brasil. As apresentações e debates proporcionaram análises densas sobre problemas históricos e emergentes da execução penal, oferecendo leituras críticas que dialogam com pesquisas atuais e com o contexto políticoinstitucional brasileiro.
No período da tarde, as atividades dos Grupos de Trabalho tiveram continuidade, ampliando o espaço de interlocução entre pesquisadores e instituições e permitindo aprofundar discussões iniciadas.
O seminário foi concluído com a conferência de encerramento proferida pela palestrante Natália Corazza Padovani (UNICAMP), e coordenação de Victor Neiva e Oliveira (UFPR).
A participação da equipe da FBAC no IX Seminário Internacional de Pesquisa em Prisão permitiu reforçar, de maneira qualificada, a defesa da metodologia APAC no ambiente acadêmico. O diálogo estabelecido ao longo do grupo de trabalho e debates favoreceu a apresentação precisa dos fundamentos, princípios e resultados alcançados pelas APACs, contribuindo para ampliar a compreensão de pesquisadores e estudantes sobre a proposta. O espaço possibilitou esclarecer interpretações desatualizadas, corrigir equívocos recorrentes e demonstrar, com base em evidências, a efetividade do Método APAC na promoção de uma execução penal mais humana, responsável e alinhada às diretrizes de direitos humanos. Esse contato direto com a comunidade acadêmica fortalece a construção de redes de pesquisa e amplia a inserção do tema no campo científico, favorecendo o aprimoramento contínuo das discussões sobre o sistema prisional brasileiro











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