O Ex-secretário de Defesa Social do Rio Grande do Norte visitou a FBAC e as APACs de MG no mês de Setembro. Poucos dias depois do regresso ao seu estado exonerou, mas deixou para a posteridade seu testemunho. Abaixo está transcrito um trexo da matéria do Jornal NOVO, mas pode ser lida na integra clicando aqui.
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Todas as agruras do sistema penitenciário assistidas pelo então secretário desde março fizeram pouco a pouco com que Edilson França ficasse completamente desestimulado.
A situação mudou em uma viagem até Minas Gerais. Lá, conheceu a experiência da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac) na cidade de Itaúna. “A ressocialização do preso é necessária, senão ele volta pior para a sociedade. E na Apac de Itaúna vi um exemplo que dá certo, que é referência para o mundo. Voltei para Natal com o ânimo renovado, crente que a ressocialização é possível”, destacou.
Para o ex-secretário, a visita feita a Minas Gerais foi a melhor coisa que ele fez durante os sete meses à frente da Secretaria de Justiça. O encanto pelo regime prisional conduzido pela associação partiu das oportunidades dadas ao preso, com enfoque na qualificação profissional do detento.
A frase registrada na entrada do prédio – “Aqui entra o homem, lá fora fica o criminoso” – fez com que França ficasse ainda mais entusiasmado com o trabalho desenvolvido pela Apac.
“Conheci um apenado apelidado de Zé Pretinho, que era recordista de fugas. Na Apac a segurança é feita pelos próprios presos. Assim, perguntei a ele porque não tentava fugir e recebi a resposta de que ‘ninguém foge de Deus’. Queria algo semelhante para o nosso sistema, em que o preso pudesse dizer que não iria fugir das oportunidades que receberia”, idealizou.
Na visita, o jurista também encontrou com Bruno Souza, ex-goleiro do Flamengo que foi preso pelo assassinato de Eliza Samudio. “Perguntei como era ficar sem jogar futebol e Bruno disse que estava negociando um contrato com um time da cidade, para treinar e jogar. Tudo mediado pela Apac”, contou o ex-secretário.
Já no retorno ao Rio Grande do Norte, França firmou o convênio entre o Estado e a Apac, para dar continuidade ao trabalho feito pela associação em Macau, cidade que abriga a única unidade do modelo.
Diante da saída do cargo por problemas de saúde, o jurista resolveu seguir contribuindo para o sistema de outra forma. “Resolvi ser voluntário da Apac. Assim que minha saúde estiver recuperada vou fazer meu cadastro. E também firmei compromisso com o governador Robinson Faria e o novo secretário de continuar contribuindo da melhor forma possível”, revelou França.










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